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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mais um belo texto do Gilberto Dimenstein

Minha madrugada inesquecível

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u735923.shtml

Para quem não conseguir acessar o link:

Tenho o hábito de caminhar pela cidade de São Paulo. Além do prazer de flanar (meu único prazer aeróbico), esse foi jeito que encontrei de sentir e descobrir a cidade para minhas reportagens. Flano pelos piores lugares, inclusive a Cracolândia, onde já presenciei imagens que pareciam exageradas num filme de ficção. Por isso, a madrugada de domingo entra na minha história como um dos momentos inesquecíveis.

Voltei a caminhar pela Cracolândia. Estavam lá os meninos e meninas com o crack, nenhuma novidade. Mas também estavam nas ruas centenas de milhares de pessoas despreocupadas (vi mães com carrinhos de bebês). As imagens se misturavam com os sons de uma Céu, Zélia Duncan, os dos palcos de dança e das orquestras. Sombras eram projetadas nas paredes da Estação da Luz durante a execução de uma ópera Carmina Burana, cuja apoteose traduzindo com perfeição o que eu estava sentindo.

Tinha a sensação de que as pessoas reconquistavam um território ocupado por muito tempo por uma nação estrangeira. Redescobriam novos limites.

Sei que hoje tudo volta ao normal, com as madrugadas tomadas pelo crack. Mas, para muita gente, ficaram as imagens de uma madrugada inesquecível --e a de uma cidade que pode ser muito mais do que é, desde que as pessoas possam reconquistar suas ruas.

Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

A união faz a força mesmo !

Vejam resposta ao post anterior, em destaque agora o Fernando Brandão.

Fernando Brandão - www.reportersp.com.br



Prezado, aproveitei este canal de comunicação pra elogiar seu trabalho e dizer que depois de uns 15 anos lendo suas colunas vou procurar o Aprendiz ou outro local que vc esteja ligado e me oferecer pra ser seu colaborador.

O texto me tocou ao você comentar que neste fim de semana a cracolândia não era a imagem dominadora do centro. Eu, por ossos do ofício, e pela minha indignação tb, registrei já em 2008 o absurdo que tinha se tornado o consumo de crack nesta região de SP. E constatei que neste caso o governo é mais lento que um elefante e mais ineficiente nesta situação do que 6 dúzia de gente bem intencionada.

Bom, a sensação que vc sentiu foi semelhante a minha já em viradas anteriores. Acho que um caminho não era ter uma virada por fim de semana, que é impraticavel de acontecer, mas mini viradas uma vez por mês seria um alento pra ajudar o centro a ter o seu lugar de destaque e lazer para a população que vive nesta megalópole.

Parabéns pelo seu trabalho caro. Atenciosamente, Fernando - www.reportersp.com.br (um dia este site ainda será um portal sobre a cidade que eu e vc tanto prezamos).

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