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segunda-feira, 22 de março de 2010

Oficialmente velho - Leonardo Boff

Estou numa fase extremamente complicada tudoaomesmotempoagora e quando passo por essas fases eu literalmente "travo", não consigo escrever nada, mas em compensação consigo ler muito, ouvir muito, conhecer novas figuras e consigo reciclar meu acervo musical. E um dos textos que li e marcou foi "Oficialmente velho" fez com que eu refletisse muito e eis que separei esse belísimo texto para dividir com vocês, o mesmo foi extraído do site www.cuidardeidosos.com.br e cada vez mais sinto que estou bem próximo de colocar meu projeto vôanimavó em prática.

Desculpem a ausência virtual, mas aos poucos voltarei a escrever,

beijos, boa semana à todos,

Aninha


OFICIALMENTE VELHO


http://www.cuidardeidosos.com.br/2010/01/31/oficialmente-velho/
por Márcio Borges
Belíssimo texto de Leonardo Boff. Fala sobre seu processo de envelhecimento e tece reflexões à respeito do tema. Ótima dica de leitura!

OFICIALMENTE VELHO

Leonardo Boff*


Neste mês de dezembro completo 70 anos. Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas. De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas,

Mas há um outro lado, mais instigante. A velhice é a última etapa do crescimento humano. Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então entramos no silêncio. E morremos.

A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer. Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: “na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenesce o homem interior”(2Cor 4,16). A velhice é uma exigência do homem interior. Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical. Esta identidade devemos encará-la face a face.

Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis. Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano, submetido ao “silêncio obsequioso” e outros papéis mais. Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos: Afinal, quem sou eu? Que sonhos me movem? Que anjos que habitam? Que demônios me atormentam? Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério? Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações vem à lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.

Este é o desafio para a etapa da velhice. Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina. Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida. Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria. É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.

Por fim, importa preparar o grande Encontro. A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte. Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia. Aí saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.

Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: “contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade”.

Por fim, alimento dois sonhos, sonhos de um jovem ancião: o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue; e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa:”eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver”. Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus. Parafraseando Camões, completo: mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.

* Teólogo, filósofo e escritor

Originariamente editado em:

http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=36408

sábado, 20 de março de 2010

Um presente...

Encontrei uma música que define muito bem em poucas palavras o que a música significa prá mim.

Composição de Lucina e Lenita Lopes, encontrei um vídeo no youtube da Lucina interpretando "A música em mim":

http://www.youtube.com/watch?v=9xXcB-oosUI

...A música em mim
Parece um presente

terça-feira, 2 de março de 2010

01/03/2010 - What a day !

Hoje foi um dia repleto de surpresas boas e não tão boas assim. Mas a noite no caminho pós terapia, depois de uma sessão desabafo, voltei prá casa conversando com uma amiga no viva voz do celulento e ao entrar na Marginal vi uma lua cheia animal que mexeu comigo e que junto com o papo massageou o meu coraçãozinho aflito, putz estava triste e mega preocupada, as coisas não andam tão bem e estou cansada desse peso todo, mesmo sabendo que é somente uma fase, é foda ! Mas a minha sorte é que percebo, sinto e sou ligada à natureza, ao sol, à lua, etc e pude transformar o meu estado do espírito, graças à essa noite gostosa, repleta de estrelas, nuvens, essa puta lua iluminada e esse friozinho perfeito prá uma boa noite de sono, que bom que me alimento de tudo isso !

P.S.: Obrigada J.A e boa noite, bjs

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Exposições SESC Pinheiros

Hoje a tarde, após uma deliciosa enxaqueca, fui ao Sesc com a minha irmã Eliane e vimos 02 exposições na primeira "Sujeito:Corpo" que rolará até dia 14/03 li uma frase que me chamou atenção:

Ouça
Ouvir é a experiência do sopro evoluído, o corpo que caí, neste trabalho, é a matéria prima para uma sinfonia da queda, como os murmúrios e outras melodias compostas pelo corpo na sua passagem pelo mundo.

Carlos Mélo - Lisboa 20/12/2009

Na segunda exposição que rolará até maio/2010 no terceir andar vimos serigrafias de três profissionais Oscar Niemeyes, Lucio Costa e Athos Bulcão, vale a pena conferir

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Releitura Texto Eu preciso

Quase um ano e dois meses após a iniciativa do "Eu preciso" fiz uma releitura

Eu preciso respeitar os sinais enviados pelo universo
Eu preciso curtir mais os pequenos prazeres da vida
Eu preciso aprender mais com meu filho
Eu preciso me alimentar de mais pinceladas musicais
Eu preciso seguir os exemplos do meu amigo beija flor e hibernar mais vezes
Eu preciso de mais encontros verdadeiros
Eu preciso me cuidar
Eu preciso de amor
Eu preciso me divertir mais
Eu preciso de acolhimento
Eu preciso inventar e descobrir novas brincadeiras com meu filho pois são nesses pequenos gestos que a nossa criatividade é despertada
Eu preciso exercitar a paciência em todos os sentidos
Eu preciso enxergar por outros ângulos
Eu preciso levar a vida menos a sério
Eu preciso contemplar mais as fases da lua
Eu preciso sonhar mais
Eu preciso enxergar a verdadeira beleza
Eu preciso de sol
Eu preciso de vida
Eu preciso de cores
Eu preciso de você
Eu preciso de carinho
Eu preciso de respeito
Eu preciso errar mais
Eu preciso aprender a esperar
Eu preciso de menos opiniões alheias
Eu preciso segurar melhor as rédeas da minha vida
Eu preciso ouvir muito e falar pouco,
Eu preciso de uma viagem interior
Eu preciso aprender a viver com menos, pois menos é mais, acreditem !
Eu preciso ouvir atentamente o silêncio
Eu preciso administrar e investir melhor o meu tempo
Eu preciso me alimentar menos do mundo virtual e perceber/investir mais no mundo real
E finalmente eu preciso sorrir mais, mesmo que me achem uma tola !
Aninha Apolinário 2009/2010


Quando foi escrito inicialmente http://contatohumano.blogspot.com/2009/01/num-aconchegante-cafe-eu-me-fiz-essa.html era somente uma leitura interior naquele exato instante, naquela deliciosa pausa para um café mágico. Agora percebo de que não é somente uma necessidade pessoal, todos nós seres humanos poderíamos, parar, pensar e relacionar o que realmente "nós" precisamos, conheço algumas pessoas que vivem correndo em círculos, sempre querendo impressionar os outros ( esquecendo delas próprias ), não curtem nada, vivem cansadas, desperdiçam o precioso tempo, vivem desmotivadas, perdem energia, adoecem, e não tem ao menos um objetivo sequer, acredito que tudo isso aconteça pois somos invadidos o tempo todo, sofremos diversas interferências, surgem muitos ruídos e vivemos "quase" que no automático, então pego mais uma vez uma carona num trecho musical, agora numa referência da cantora e compositora Zélia Duncan, na música "Nem Tudo" e finalizo já que "nem tudo que se encaixa é prá sempre", eu sugiro zerar o hodômetro e trocar o modo automático pelo modo manual e dá-lhe pé na estrada ;)

E você, precisa do quê ?
Você tem fome de quê ?
Titãs

Think about it ;)

E ainda preciso...dedicar mais tempo ao Projeto Vô Anima Vó. Ouvir os idosos, aqueles que tem muitas histórias prá contar e que aos poucos foram esquecidos, deixados de lado ou enterrados com tantas histórias desconhecidas ( são tantas histórias interessantes, tanto know how deixados de lado, posso estar enganada mas acredito que o Mal de Alzheimer seja o reflexo de tanto desrespeito, exclusão e abafamento de uma vida inteira de um ser humano amadurecido, envelhecido e descartado pelo tempo ).

Nunca desista...

Mais uma letra deliciosa

Nunca desista
Rodrigo Santos


A sorte está lançada
Jogou a ancora pra nada
A gente acha que tudo
Se resolve de uma vez

E de qualquer maneira
Seja num dado ou numa cartada
Quem a gente quer
Nem sempre se resolve de uma vez

Descobri que havia menos dois degraus na escada
E mais espaço no elevador
A bota já não está tão apertada
E da janela da casa vejo o sol se por

Se não houver vento, reme
Se não houver lua, uive
Se estiver sem ar, se inspire
Mas nunca desista do seu amor
Se não houver chance, crie
Se houver silêncio, grite
Se não houver palavra, escute
Mas nunca desista do seu amor


Já faz algum tempo
Que eu ouço tudo o que você me diz
Nós demos chance de entender
O que você fez e o que eu fiz

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

No meio do trânsito uma frase interessante...

Ao voltar de uma reunião, vi um caminhão no trânsito com a seguinte mensagem "A procura pelas qualidades silenciosas"