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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Foi paixão...

Texto maravilhoso de uma grande amiga, a Rafaela Puopolo, a famosa Lella, conheço essa figura desde os meus 15 anos, por favor não façam as contas e mergulhem nesse texto gostoso, itenso e verídico. Quem trabalha com produção sonora se identifará muito com o texto ;)


Foi paixão...

Foi amor à primeira vista...
E quem me apresentou à ele foi o Luiz Guilherme da Matrix.
Grande cara o Luiz!
Eu nem imaginava o que estava para acontecer ao aceitar o convite que ele me fez...
Foi lá pelos idos de 80. O Luiz foi ao teatro ver o espetáculo que eu fazia e me convidou para conhecer o estúdio dele. A Matrix, produtora de som.
- “Qualquer dia eu vou, tá?”
- “Amanhã, disse ele”.
- “Tudo bem”.
E lá fui eu. Assim que cheguei, já notei à distância, aquele que seria mais tarde a minha grande paixão. Não havíamos sido apresentados ainda, mas meu coração já batia fora do compasso e eu sentia um tremor pelo corpo que me deixava pouco à vontade. Minhas mãos estavam geladas, me lembro bem. Bobagem tentar disfarçar! A emoção não deixou que me aproximasse e o nó na garganta me impediu de falar quando, de fato, fui apresentada a ele. “Que horror”, pensei, “isso lá é hora de perder a fala, D. Lella ?” Só sei que respirei fundo e me aproximei. Primeiro observei seu porte, sua altura, seu jeitão simpático. Depois, acho que sorri antes de arriscar qualquer palavra. Aos poucos fui me sentindo à vontade e, de repente descobri que poderíamos ser bastante íntimos. Na verdade foi tão grande o meu encantamento que com a rapidez de um raio eu me senti totalmente envolvida por ele. Paixão mesmo! Nunca pude imaginar que seria assim! Será que eu o encontraria mais uma vez? Eu estaria preparada para revê-lo em outras ocasiões? Alguns dias depois obtive estas respostas. Passei a encontrá-lo com muita freqüência. Em vários lugares. Às vezes ele estava de um jeito, às vezes de outro; mas à cada encontro uma surpresa. Ele, muito calado. Eu mais solta: hora falando sério, hora fazendo piada. Hoje posso dizer que já voei milhas de distância e muitos pés de altura para estar pertinho dele. Houve vezes em que esteve tão próximo a mim, tão colado ao meu corpo que o som das batidas do meu coração, poderia ser ouvido por uma multidão. E tem sido assim. A cada reencontro, uma festa - mesmo quando algum motivo nos deixa, por um tempo, afastados. Claro que ele já me deu muitas alegrias, mas confesso: já chorei muito à sua frente. Tudo bem. Vale dizer que, graças ao nosso entrosamento, os meus dias ficaram mais repletos e a minha vida mais confortável.
Obrigada, Luiz Guilherme! Nem sei se você imagina o quanto foi bom para mim, conhecer esse seu grande amigo: o MICROFONE ! ! !

Lella

Cotia/ Junho / 1994

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