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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Carta ao Terremoto

Cássio Zanatta é publicitário e atualmente é diretor de criação da Agência África, eis a carta ao terremoto...


Caro terremoto,

Você não podia ter escolhido pior hora e lugar, não é?
No comecinho do ano, quando a gente ainda está tão
cheio de esperança.
E no Haiti, em um lugar já tão pobre e sofrido.
Para quê, me diga?
Bom, em parte, você conseguiu: estamos devastados.
Diante de tanta ruína, de tantas mortes, de tanta dor.
Mas saiba de uma coisa, senhor terremoto.
Toda a sua fúria, todo o seu poder, não abalou em nada,
nem chegou a trincar, uma obra muito preciosa.
A obra de dona Zilda Arns.
Ao contrário de você, Dona Zilda só fez construir.
Sua Pastoral da Criança está presente hoje em mais
de 20 países, trazendo esperança e futuro a milhares
de crianças.
E quer saber mais, terremoto bobo: se fosse concedido
a cada um o direito de escolher como deixar essa vida,
dona Zilda certamente teria escolhido esse mesmo:
Fazendo o bem a quem mais precisa.
Dedicando sua vida aos mais pobres.
Dedicando sua vida, enfim.
E se você se acha mesmo essa grandeza toda, espere
para ver a onda de solidariedade que vem aí.
De todo o mundo, virá ajuda, dinheiro, comida, remédios.
Prédios inteiros podem ter ruído, mas corações imensos
serão construídos.
Você pode ser grau 7 na escala Richter, mas na escala
Zilda Arns o mundo responderá com mais força.
Espere para ver.
Terremoto covarde.
Terremoto inútil.
Terremoto infeliz.
Que Santa Zilda Arns tenha compaixão de você.

Cássio Zanatta