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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Viver não dói

Viver não dói
Carlos Drummond de Andrade


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Num café da Vila Madalena - West Tower Coffee

O Café do Próximo

Alguém deixou pago um Café para Alguém.
Se quiser, Sirva-se

O Café do Próximo integra uma Tradição Milenar
Que remonta aos Beduínos do deserto,
Aos Peregrinos de toda sorte,
Aos que buscaram alcançar um Norte.

Um gesto de Atenção e Respeito
Deixados por aqueles que, de perto,
Conheceram os Mistérios da Vida e da Morte.

Um dia alguém virá ( com certeza ) por estes mesmos Caminhos.
Sempre.
E verá que, Sábios, deixaram ali uma Prova,
Uma Esperança, um Alento, um Alimento,
Para que o Próximo possa continuar sua Jornada.

Aqueles que reconheceram o Sábio Gesto,
Também se reconheceram como Próximos,
E por isso seguiam adiante repetindo o mesmo Gesto.

Você pode ser o próximo.

Autor: Síndico do Prédio, não sabiam o nome dele.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Sutilmente by Skank - Inédita - Albúm Estandarte

http://www.youtube.com/watch?v=ZI9jHSZM4ag

E quando eu estiver
Triste
Simplesmente
Me abrace

Quando eu estiver
Louco
Subitamente
Se afaste

Quando eu estiver
Fogo
Suavemente
Se encaixe

E quando eu estiver
Bobo
Sutilmente
Disfarce

Mas quando eu estiver
Morto
Suplico que não me mate não
Dentro de ti

Mesmo que o mundo
Acabe enfim
Dentro de tudo
Que cabe em ti

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Isopor

Isopor
Kleber Albuquerque

http://www.youtube.com/watch?v=M10E6muk91E

Que a luz da lua escorra
Pela pele, pelos pêlos
E que raios de sol embaracem seus cabelos
Que a vida lhe dê muita saliva
Pra lamber sonho em carne viva
Que seu riso não tenha o mínimo pudor
Que os ventos soprem sempre a seu favor
Que você encontra a cama feita, a mesa farta
A casa em festa
Que a boa estrela grude no meio de sua testa
E que o mal tenha paredes de isopor
Tudo de bom

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Qual é a sua leitura ?