Aprendi a deixar de ser arrogante com a vida. Vesti a minha impotência. Lidar com a perda é a construção de uma nova vida.
Cristiane Bueno, mãe de Caio e Rafaela, duas vítimas do acidente do Airbus da Tam. Entrevista Folha de SP hoje, após 3 anos do acidente/Caderno Cotidiano
Trocar e dividir experiências com quem realmente faz diferença nesse mundo turbulento que vivemos. Ao compartilhar as fotos ou textos favor mencionar créditos: Aninha Apolinário. Obrigada e sejam bem vindos ;) Instagram @aninhaapolinario E-mail: aninhamusical@gmail.com
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sábado, 17 de julho de 2010
Bela sacada
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
terça-feira, 13 de julho de 2010
Rubem Alves
Perguntas de crianças
Cabeça de criança não é gaveta onde se guardam informações. É canteiro onde nascem perguntas. E nunca se sabe quais foram as sementes que um anjo misterioso plantou ali. Mas se sabe pelos brotos que são perguntas nascidas de olhos espantados, que foram pegos de surpresa, sem saber.
Alberto Caeiro disse bem: "Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras. Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo."
Pois a pergunta que a Andréia, afilhada minha de oito anos, me fez nunca ninguém havia feito. Sei disso porque nunca me foi dada a resposta.
"-Na história da Cinderela, quando tocassem as 12 badaladas, não era para quebrar o feitiço e tudo voltar a ser o que era antes?"
Concordei e confirmei.
-"Isso. O vestido de baile virou vestido de cozinheira e a carruagem dourada virou abóbora madura."
"-Então", disse ela preparando o xeque-mate, "por que é que o sapatinho de cristal continuou a ser sapatinho de cristal, encantado, e não desencantou virando tamanco?"
Fiquei mudo.
Ela percebeu um erro na história: o sapatinho não desencantou. E o que foi que fez com que ela percebesse o erro? Seus olhos. Os meus olhos, que foram enganados, só repetiram a velha história já sabida. Viram aquilo que a memória me contava.
É isso que a memória faz: repetir o já sabido. Mas ela, se fosse recontar a história, teria de inventar outra que explicasse o sapatinho de cristal ou que o eliminasse.
O canteiro da memória é lugar onde só nascem pontos de exclamação. O canteiro da invenção é o lugar onde nascem os de interrogação. Como disse E. E. Cummings: "Sempre uma resposta bonita que pergunta uma pergunta mais bonita ainda."
Recebi da professora Edith Chacon Theodoro uma carta digna de uma educadora e, anexada a ela, uma lista de perguntas que seus alunos haviam feito, espontaneamente.
Impressionou-me, em primeiro lugar, o fato de ela ter dado tanta atenção às perguntas dos seus alunos. Note que elas foram feitas "espontaneamente", eram pontos de interrogação diferentes naqueles canteiros, totalmente diversas das respostas que estavam "presas" nas "grades curriculares". Talvez por elas não serem canteiros férteis para as interrogações que nascem nos alunos... Quem sabe cemitérios.
"Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem inventou o português? Como os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta?"
Continuam: "Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que adoro instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?"
Essas perguntas parecem tão ingênuas que nos fazem rir. Mas elas são revelações das funduras das almas e das inteligências das crianças e dos adolescentes. Revelam não só a sua curiosidade sobre o universo como também sua dimensão ética, a preocupação com a justiça, com a beleza, com o mundo dos valores religiosos, com a mitologia...
Da próxima vez vamos brincar com essas suas perguntas.
Cabeça de criança não é gaveta onde se guardam informações. É canteiro onde nascem perguntas. E nunca se sabe quais foram as sementes que um anjo misterioso plantou ali. Mas se sabe pelos brotos que são perguntas nascidas de olhos espantados, que foram pegos de surpresa, sem saber.
Alberto Caeiro disse bem: "Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras. Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo."
Pois a pergunta que a Andréia, afilhada minha de oito anos, me fez nunca ninguém havia feito. Sei disso porque nunca me foi dada a resposta.
"-Na história da Cinderela, quando tocassem as 12 badaladas, não era para quebrar o feitiço e tudo voltar a ser o que era antes?"
Concordei e confirmei.
-"Isso. O vestido de baile virou vestido de cozinheira e a carruagem dourada virou abóbora madura."
"-Então", disse ela preparando o xeque-mate, "por que é que o sapatinho de cristal continuou a ser sapatinho de cristal, encantado, e não desencantou virando tamanco?"
Fiquei mudo.
Ela percebeu um erro na história: o sapatinho não desencantou. E o que foi que fez com que ela percebesse o erro? Seus olhos. Os meus olhos, que foram enganados, só repetiram a velha história já sabida. Viram aquilo que a memória me contava.
É isso que a memória faz: repetir o já sabido. Mas ela, se fosse recontar a história, teria de inventar outra que explicasse o sapatinho de cristal ou que o eliminasse.
O canteiro da memória é lugar onde só nascem pontos de exclamação. O canteiro da invenção é o lugar onde nascem os de interrogação. Como disse E. E. Cummings: "Sempre uma resposta bonita que pergunta uma pergunta mais bonita ainda."
Recebi da professora Edith Chacon Theodoro uma carta digna de uma educadora e, anexada a ela, uma lista de perguntas que seus alunos haviam feito, espontaneamente.
Impressionou-me, em primeiro lugar, o fato de ela ter dado tanta atenção às perguntas dos seus alunos. Note que elas foram feitas "espontaneamente", eram pontos de interrogação diferentes naqueles canteiros, totalmente diversas das respostas que estavam "presas" nas "grades curriculares". Talvez por elas não serem canteiros férteis para as interrogações que nascem nos alunos... Quem sabe cemitérios.
"Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem inventou o português? Como os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta?"
Continuam: "Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que adoro instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?"
Essas perguntas parecem tão ingênuas que nos fazem rir. Mas elas são revelações das funduras das almas e das inteligências das crianças e dos adolescentes. Revelam não só a sua curiosidade sobre o universo como também sua dimensão ética, a preocupação com a justiça, com a beleza, com o mundo dos valores religiosos, com a mitologia...
Da próxima vez vamos brincar com essas suas perguntas.
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Rubem Alves
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Hoje ganhei o dia, vejam essas duas fotos ;)
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
domingo, 11 de julho de 2010
Nô Stopa/Novo Prático Coração
Levanta sem estardalhaço. Segura a intensidade do passo. Inventa o atalho. Bate novo em seus tons menores. Passeia em seus descompassos palpitando dez receitas prático-poéticas para travessias longas, turbulentas e essenciais. Cd Novo Prático Coração - Nô Stopa
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
August Rush/O som do coração
Um dos filmes mais marcantes da minha vida. Amo essa trilha sonora, ouçam com carinho
http://www.youtube.com/watch?v=gQTsW6TGAUE
August Rush - August's Rhapsody ( SoundTrack )
http://www.youtube.com/watch?v=gQTsW6TGAUE
August Rush - August's Rhapsody ( SoundTrack )
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August Rush,
O som do coração
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
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