Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
Clarice Lispector
Trocar e dividir experiências com quem realmente faz diferença nesse mundo turbulento que vivemos. Ao compartilhar as fotos ou textos favor mencionar créditos: Aninha Apolinário. Obrigada e sejam bem vindos ;) Instagram @aninhaapolinario E-mail: aninhamusical@gmail.com
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sexta-feira, 16 de abril de 2010
Clarice Lispector
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Clarice Lispector
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Longe
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Arnaldo Antunes,
Longe
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
Fonte: www.fisica.ufpb.br
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
Fonte: www.fisica.ufpb.br
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Fernando Pessoa,
Poema em linha reta
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
terça-feira, 6 de abril de 2010
Belo Poema
Recebi a revista "Em Condomínios"/Vila Olímpia Ano 1 - Edição 9, Abril 2010 e eis que leio o seguinte poema:
Quero perceber tudo com calma mesmo em meio a correria ,sentir que a vida é quente mesmo quando se diz fria, fazer da vida um canto mesmo sem melodia, amar as pessoas sendo elas João ou Maria.
Mena Moreira
Quero perceber tudo com calma mesmo em meio a correria ,sentir que a vida é quente mesmo quando se diz fria, fazer da vida um canto mesmo sem melodia, amar as pessoas sendo elas João ou Maria.
Mena Moreira
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Ai Daqueles - Paulo Leminski
Ai daqueles
Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram que a mágoa nova
virasse chaga antiga
ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é feito pão em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não por que não tem asa.
Paulo Leminski
Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram que a mágoa nova
virasse chaga antiga
ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é feito pão em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não por que não tem asa.
Paulo Leminski
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Ai daqueles/Paulo Leminski
Sou uma eterna sagitariana, apaixonada pelo meu filho. Adoro fotografar, curtir a natureza, etc. E como diz o Fefê, I love you three...expliquei o correto e ele me fez acreditar que amar three é muito melhor que amar too e eu gostei ;)
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